segunda-feira, 17 de março de 2008

SOBRE SARDINHAS E TUBARÕES:

Esboços provindos da tempestade

Na era da tecnologia, tudo fica mais fácil. Quem imaginaria que centenas e milhares de quilômetros podem ser percorridos em poucos segundos através de pulsos digitalizados. Isso é um desafio, enviar minhas emoções racionalizadas. Não são apenas pulsos digitais conectados há uma rede global, são meus sentimentos que batem latente e esperam encontrar amparo e força para continuarmos.

Por aqui chove.. Chove muito.. No sul de minas continuamos a perder nossas casas por causa do rio que transborda.. A natureza que castiga.. E castiga os trabalhadores, pobres e miseráveis..

Por aqui continuo nosso caminho... que torna-se meu caminho... traçado desde o meu nascimento, ou melhor, antes até. Me integro em algo que ultrapassa minha existência. Não se trata apenas de um trabalho, um ascenso profissional. Se trata de lutar para nos reconhecermos em espaços que nos pertencem por direito humano, que há tanto vem sendo suprimido.

Perderam os escrúpulos!

Sim... Somos uma classe que lutamos para supressão de classes, não por vontade ou desejo, mas porque se torna necessário para nossa sobrevivência – para a sobrevivência da raça humana.

Descubro que enquanto sonhamos com mundos melhores a injustiça se multiplica em espaços até então desconhecidos. Descubro que cada “muquifo” desse país reina desigualdades incontroláveis. Que sob a bandeira da solidariedade estão gaviões e abutres. A coletividade tem lideres e donos. Que a guerra está declarada sob a falácia da democracia.

Trabalho na garantia de direitos, cidadania. Mas afirmo: Não se garante direitos mediando interesses, se negocia direitos. E não precisa ser lúcido para saber que uma sardinha não tem margens de negociação com tubarões - principalmente na enchente de água doce.

“Se você ainda pode me vencer, mas você sabe que eu não vou desistir. Já provei do sangue em minha face, e a dor já faz parte do total”

[texto escrito no verão de 2007, mas que no entanto, permanece extremamente atual]

Um comentário:

... disse...

Hj fui me meter a andar de ônibus, pois a chuva está apertada. Voltava do Silvério onde fui "dar uma aula" no prevest.com

Cara esperrei mais de 2horas. Me senti uma sardinha diante dos tubarões do transporte de itajubá.

Espero não me sintir uma sardinha boiando na enchurrada do sapucaí...